DIA 16 DE NOVEMBRO ESTIVERAM PRESENTES NA CÂMARA DOS VEREADORES DA CIDADE DE SÃO PAULO MAIS DE OITENTA PROFSSIONAIS DA DANÇA EXIGINDO A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS PARA O PROGRAMA DE FOMENTO À DANÇA, TRANSPARÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS E AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE DANÇA A FIM DE ATENDER A DEMANDA EXISTENTE NA CIDADE.
MOMENTO DE FESTEJAR MAIS UMA VEZ A MOBILIZAÇÃO DA DANÇA PAULISTANA !
MOMENTO TAMBÉM DE ESTARMOS ATENTOS !
ESTAMOS EM FASE DE VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA 2012. O MOMENTO É ESSE. A HORA É AGORA ! NOVAS MOBILIZAÇÕES VEM PELA FRENTE ! PARTICIPE !

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26 setembro 2010

Diga-me quem fomentas que eu te direi quem és !

O tão esperado resultado dos mais novos fomentados da 9ª Edição do Edital de Fomento à Dança no município de São Paulo/2010 foi finalmente revelado. Resultado que, para alegria de uns, tristeza de outros e indignação de muitos, provocará inúmeros comentários (espero). Afinal de contas de 33 inscritos, 11 foram os escolhidos da vez.  A relação dos projetos pré-selecionados foi publicada no Diário Oficial de 24/09/2010, página 10: http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v4/index.asp?c=1. A publicação definitiva dos contemplados sairá no Diário Oficial, após análise e aprovação, pela comissão, da readequação orçamentária apresentada pelos grupos pré-selecionados que tiveram cortes no orçamento proposto originalmente. A SMC/Núcleo de Fomento à Dança informa que, em data a ser agendada, a comissão do IX Edital de Fomento à Dança fará uma reunião devolutiva sobre as diretrizes que nortearam o processo de apreciação dos 33 projetos inscritos, e encaminhará pareceres sobre todos os projetos não selecionados. Eu, particularmente entendo que, quem deve solicitar uma reunião com a Comissão é a categoria e não a SMC. 

Mas, além de saber que para os próximos meses teremos esses núcleos totalmente mergulhados em suas pesquisas, o que mais pode revelar esse resultado ?

12 comentários:

  1. Fábio Brazil - Caleidos Cia26 de setembro de 2010 às 19:53

    Solange e demais colegas da Dança; como sempre, Sol, vou concordar discordando e/ou discordar concordando de você. Concordo plenamente que os resultados das escolhas de projetos para 9ª Edição do Fomento à Dança na cidade de São Paulo deverá gerar muitos comentários e também concordo que haverá comentários alegres e tristes. Mas discordo veementemente dos “muitos indignados”.

    Primeiro porque não reconheço nessa ou em nenhuma outra comissão julgadora a autoridade para julgar dignidades. Como ademais não reconheço tal autoridade nos críticos, nos curadores ou titulares de teatros; assim como, sobretudo quero crer, que comissões, críticos, curadores e titulares não se sintam em suas funções julgando dignidades.

    Não creio que entre os 33 projetos inscritos houvesse algum em que a dignidade dos artistas-proponentes estivesse em jogo. Temo pelo artista que percebe e constrói sua dignidade pela resposta positiva ou negativa de comissões, críticos, curadores ou titulares de teatros.

    Os artistas não-contemplados não se tornaram menos dignos que os contemplados. A dignidade do artista não brota das escolhas de comissões, críticos, curadores ou titulares de teatros; brota do respeito que tem pela Arte que produz, brota do que diz e precisa dizer com sua Arte, brota da relação que estabelece com o público que o acolhe, brota do respeito e reconhecimento que angaria entre seus pares-artistas, brota da sua coerência e respeito com sua própria história e com a história e contexto da sociedade em que está inserido. Não, dignidades não foram julgadas e jamais serão, por comissões, críticos, curadores e titulares de teatros.

    Se alguma dignidade está em jogo diante das escolhas de qualquer comissão é a dignidade da própria comissão no âmbito específico dessas escolhas. É a comissão que coloca sua dignidade – enquanto comissão – em jogo quando faz suas escolhas e não os artistas que propõem projetos. Insisto, dignidade específica ao âmbito das escolhas que faz e na capacitação para fazê-las.

    “Terá a comissão sido digna da responsabilidade social, ética e estética que lhe recaiu quando observamos as escolhas que fez?” essa talvez seja a pergunta a ser feita e respondida pela própria comissão, pelos artistas contemplados e os não-contemplados. Insisto novamente, dignidade restrita às próprias funções e escolhas da comissão.

    Tal dignidade nasce da frequentação ampla aos espetáculos de dança nos últimos três anos (pelo menos); nasce do conhecimento das trajetórias dos artistas-propositores no âmbito do Fomento; nasce de um olhar mais amplo para a dança, a arte, o público e a sociedade; nasce de compromissos maiores que as meras afinidades pessoais e as modas; nasce de conhecer produzir e fazer arte no momento atual da dança contemporânea. Cabe aos artistas contemplados ou não, julgar se a comissão foi – nesse âmbito específico – digna.

    De nossa parte, felicitamos os dignos contemplados acreditando que realizarão projetos dignos de sua arte, da verba pública que receberam e do público que os acolhe. Lamentamos junto aos dignos não-contemplados, convidados também, a seguir construindo a dignidade de seus trabalhos sem o auxílio da verba distribuída pelo Fomento.

    Fábio Brazil – Caleidos Cia de Dança.

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  2. Fabio,grata pela contribuição nessa discussão. Espero inclusive que o teu comentário, como outros que já postaram nesse blog façam os artistas descerem do "Olimpo", melhor dizendo, "sairem da toca" para se colocarem frente à um assunto tão delicado como este.

    Ser contemplado em um edital, seja fomento, proac, funarte, ou qualquer outro, lida sim com as dignidades, porém de forma indigna. Indigna pq estamos reféns deste mecanismo. Gastamos boa parte do nosso tempo, elaborando projetos, adequando-os à este ou àquele edital, e depois ficamos na expectativa de ser contemplado e assim, darmos prosseguimento aos nossos trabalhos.

    E por conta dessa relação indigna, muitas vezes responsabilizamos as comissões de avaliação.

    Somos todos co-responsáveis.

    E a grande questão, para mim, continua sendo a postura (ou falta de) da própria categoria que permanece em cima do muro. Que não se apropria dignamente de uma lei, discutida, elaborada, articulada pelos artistas.

    Deixamos essa conquista nas mãos de gestores públicos que fazem o que e como bem querem.

    Por isso, afirmo que a nossa dignidade está em jogo sim. Não quando apresentamos projetos, ou somos ou não aprovados. Mas quando olhamos para esse estado das coisas e nada fazemos. NADA !

    Tenho infelismente que discordar de vc em outro aspecto: artistas se tornam sim menos dignos quando não são contemplados. Porque não ser contemplado faz aflorar mágoas, ressentimentos, rancores, simpatias, antipatias, afinidades, e por aí vamos...

    Uns "engolem", outros não.
    Uns declaram publicamente.
    Outros apenas com os seus parceiros.

    Mas não chegamos nunca no cerne da questão: pensar a dança...além dos editais.

    Curiosamente, ontem após postar o texto "Diga-me quem fomentas que eu te direi quem és", o acesso à esse blog chegou à números incriveis (380 acessos).

    Talvez esse resultado tenha referência à um domingo chuvoso e frio...(???).

    Quero muito que todos coloquem o "dedo nessa ferida", e alimentem essa discussão.

    Quero muito também que a classe artísitca assuma a sua responsabilidade. Políticas públicas para a Dança tem que ser feita pelos protagonistas desta cena.

    Fábio, muito obrigado pela contribuição, sempre tão lúcida, firme, inteligente e elegante (qunado eu crescer quero ser igual à vc...rsrsrsrsrsrs).

    Solange Borelli

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  3. Sol, 380 acessos e 1 comentário já não responde alguma coisa sobre nosso engajamento e vontade de refletir?
    Sol, parece ser a nossa dinâmica, concordarmos discordando e discordarmos concordando. Você toca nos pontos corretos (assumirmos a Lei e irmos além dos editais) estamos juntos nisso, há tempos. Concordo que somos todos co-responsáveis sobre a situação de modo geral, mas as escolhas ou não-escolhas num determinado edital são de inteira responsabilidade da Comissão julgadora do edital.
    Escolhas sempre sinalizam algumas direções - sempre haverá comissões e escolhas - e entendo que devemos também discutir as direções que as escolhas apontam.

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  4. Esta se tornando urgente um encontro da ala lúcida da dança para reavaliar os caminhos dos editais em São Paulo, rediscutir, apresentar novas idéias, novos programas, etc.
    Caímos numa cilada: colocamos em primeiro plano nossas pesquisas e produções artísticas e deixamos o entendimento e as ações políticas para trás.
    Esquecemos que temos parceiros na câmara dos vereadores talvez esperando de nós a continuidade das ações (pelo menos eu entendi assim quando estive no evento do dia internacional da dança no início do ano lá na câmara municipal)
    Não há outra saída!!! Mais cedo ou mais tarde seremos forçados a uma reflexão mais profunda sobre tudo o que está acontecendo.
    Ou agiremos para novas conquistas ou morreremos abraçados reclamando do poder público, das comissões, de artistas inescrupulosos, dos hipócritas, dos urubus, etc.

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  5. A questão que sempre fica, na verdade, é o "além dos editais"... vejo calorosas discussões sobre se as escolhas das comissões foram corretas ou não, e com isso a arte cada vez mais dependente dos editais públicos. Espetáculos deixam de ter comos motivo de criação a arte em si, as inquietações do artistas,poesia, movimento, o público, entre tantos outros motivos, para terem um único: ser contemplado no edital "x", "y", "z"... A dança deixa de ter como principal objetivo a arte e passar a querer simplesmente agradar a comissão julgadora.

    Uma pergunta que sempre me fica, será de fato uma obrigação dos editias bancar totalmente e para sempre, todas as cias de dança do país? Quando a dança se sustentará por suas próprias pernas? Quando aos invés das escolhas da comissão julgadora, os artistas passarão a discutir sobre um novo mercado? Sobre como sobreviver sem que os editais sejam o único motivo de existência de uma cia.?

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  6. Enquanto a política cega do PSDB destinar deliberadamente 13 MILHÕES DE REAIS anualmente para o deleite elitizado de uma única Cia., deixando como migalha 2 milhões p/o orçamento da Lei de Fomento, será de fato SIM uma obrigação dos editais bancar totalmente e para sempre todas as cias de dança pelo menos em São Paulo.

    Jonathan

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  7. Faz sentido a tua colocação,Jonathan. O PSDB e o DEM são co-autores dessa aberração. Mas vale frisar à quem talvez desconheça, que a LEI DE FOMENTO trata-se de uma "política" municipal e a manutenção de uma Cia. que "custa" 13 milhões para os cofres públicos refere-se à uma "política" estadual. Saiba tb que para os demais estados da Federação, "a dança vai muito bem obrigado", pois as informações que eles recebem os fazem pensar que tudo por aqui está resolvido. Ou seja, os bastidores da cena, ou pelo menos dessa cena, não chegam aos nossos parceiros artistas da dança. Falo isso, pq me deparo constantemente com essas colocações quando estou em contato com os coletivos de outros estados. Isso quer dizer que enquanto fazemos um super esforço para divulgar a nossa militância, um outro esforço (institucional), na contramão dos nossos propósitos, divulgam amplamente essa forma de fazer política: muito pra poucos e pouco pra alguns (que "eles" entendem como todos).

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  8. Celebramos nossos amigos fomentados com cortinas fechadas para os velhos debates. Abafamos o motor do pensamento sem qualquer articulação ou movimento entre os profissionais.
    Sabemos que as mudanças qualitativas são conseqüências de revoluções quantitativas.
    Com algum mérito saboreamos nossas dificuldades engolindo nossas reflexões.
    Sentados, inertes e distante de qq atuação convivemos com nosso fracasso consciêntes de que as conquistas de nossa classe foram resultados de grandes mobilizações.

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  9. Sim Solange, compreendo a diferença, no entanto penso que independente de ser verba municipal ou verba estadual; ambas se tratam de dinheiro público, a dança não está pedindo nada seja pra Prefeitura ou pro Estado, apenas reivindica o que é de direito. Ainda é mais cruel saber, (pois eu desconhecia e acho que grande parte tb)que para os demais estados da Federação tudo caminha muito bem. É a maneira sórdida e velada do PSDB e do DEM de governar, e o que mais assusta é pensar que daqui a três dias, talvez tenhamos que segurar a bronca por mais quatro anos.

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  10. De alguma forma a frustração nos abre caminhos e o fomento à dança tem “produzido”, a cada nova edição, mais frustrados. Isso tem um lado muito positivo! É quando somos afetados que olhamos com maior discernimento para a coletividade. Infelizmente é assim.... somos condicionados a termos um olhar umbilical que só se desfaz quando o nosso umbigo é o atingido. Quem sabe o aumento de frustrados não “despreguice” a classe. Não ficam de fora “maus” projetos. Bons projetos são contemplados e bons projetos não são contemplados. Que bom, mais uma vez... estamos mais qualificados e a produção tem crescido. É claro que há sérias contradições, se pensarmos que a lei prescreve o fomento a núcleos com trabalho continuado e observarmos que cresce o número de projetos que se estruturam para desenvolverem pesquisas pontuais enquanto núcleo. Mesmo que as trajetórias individuais de seus artistas sejam de longa data. Isso é uma outra questão, que nos mostra, mais uma vez, a ineficácia de políticas públicas que abarquem diferentes tipos e momentos de pesquisa. Vamos nos estruturando a partir do que temos e, inclusive, construindo uma ESTÉTICA da dança para estarmos em conformidade com os editais. ISSO É GRAVE. Quem dita as regras afinal???
    Vanessa Macedo

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  11. solange parabéns pela atitude e acho incrivel ver toda esses pensamentos, tomará que de todo esse bate papo,apareçam idéias que vire discussão e que se torne objetivo para ser realmente conquistado, a galera ja conquistou o fomento, vamos conquistar outras coisas, eu não sei como, rsssrsr más quem sabe vamos lá, eu digo sim e topo aprender fazendo.

    Mais uma vez parabéns solange pela atitude, pq muita gente comenta mais não coloca a cara pra discutir

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  12. Olá Sr. ou Sra anônimo (a)... que tal então se todos nós sairmos do "anonimato" , pq concordo tb com vc, muita gente comenta mas não coloca a cara pra discutir... E pode ter certeza que dessa discussão teremos ações concretas, muitas já estão aparecendo e serão colocadas na mesa no seminário de dezembro. Aguardo então as próximas post com a identificação do retemetente. Abraços, Solange

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