DIA 16 DE NOVEMBRO ESTIVERAM PRESENTES NA CÂMARA DOS VEREADORES DA CIDADE DE SÃO PAULO MAIS DE OITENTA PROFSSIONAIS DA DANÇA EXIGINDO A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS PARA O PROGRAMA DE FOMENTO À DANÇA, TRANSPARÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS E AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE DANÇA A FIM DE ATENDER A DEMANDA EXISTENTE NA CIDADE.
MOMENTO DE FESTEJAR MAIS UMA VEZ A MOBILIZAÇÃO DA DANÇA PAULISTANA !
MOMENTO TAMBÉM DE ESTARMOS ATENTOS !
ESTAMOS EM FASE DE VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA 2012. O MOMENTO É ESSE. A HORA É AGORA ! NOVAS MOBILIZAÇÕES VEM PELA FRENTE ! PARTICIPE !

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14 setembro 2010

A quem interessa o que eu faço ?

Quando constato que editais e leis de incentivo são dispositivos insuficientes ou ineficientes para atender as necessidades da dança, me deparo com a seguinte questão: a quem interessa o que eu faço ? Aos programadores culturais ? Quais programadores ? Sesc ? Sesi ? Secretaria Municipal de Cultura ? Galeria Olido ? Centro Cultural São Paulo ?Secretaria de Estado da Cultura ? APAA ? Funarte ? Petrobrás ? Banco do Brasil ? Caixa Cultural ? Itau Cultural, talvez ? Os artistas ? Quem se interessa por dança, afinal de contas ? 
À propósito, dias atrás participei, como ouvinte, de um encontro que reuniu programadores, curadores, gestores e produtores de diversos estados. E, a convite do Teatro de Dança (SP), apresentaram seus modelos de organização e estruturação das mostras, festivais ou projeto de dança dos quais eram representantes. Não quero discutir aqui o conceito de cada modelo apresentado, pois foram abordagens rápidas sem pretensão alguma de problematizar as questões inerentes da dança. No entanto, ficou evidente a existência de uma outra lógica dentro desse mercado tão escasso da dança: a lógica dos curadores e dos programadores. Como dialogar também com essa outra lógica de mercado que se estabelece e se consolida criando outros vínculos de dependência e de sobrevivência da dança ? Será que só nos resta reproduzir inúmeras cópias dos DVDs dos nossos espetáculos e sair por aí distribuindo, na expectativa de ser o próximo eleito da vez ? Por que não criarmos a nossa própria lógica de mercado? Mais justa, mais digna, mais sensata.

5 comentários:

  1. Solange, se a lógica for se preocupar com quem assiste seu espetáculo [o público], você pode ter certeza que estará inserido em qualquer lógica de editais, programadores, etc. A questão é que esta preocupação tão óbvia não faz mais parte da lógica dos espetáculos de dança que temos assistido.
    Nany Semicek

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  2. Pois é Nany, penso que essa preocupação tão óbvia, como vc mesma diz, começa a fazer parte sim dos espetáculos de dança que tenho assistido. Mas numa perspectiva bem diferente da do programador, gestor, curador, etc. Numa perspectiva do artista que cria a sua obra, dá-lhe concretude física, material e deseja dividi-la com o maior número possível de pessoas, pois dessa forma a obra tb cria outros espaços de significações, intensidades e sensibilidades.

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  3. Perante tantas barbáries da contemporaneidade, o corpo e principalmente a dança virou absoleto e prostituído por técnias e técnicas intelectualizadas tendo como resultados os Foruns de Dança que aconteceram não sustentam a reflexão e nem propõe dar um tecido lógico ou politíco para quem produz arte com espessura, com força de reinvidicar o óbvio: como a afro brasilidade, ainda com seu ranço colonial expõe sua sacralidade, seus órixas, no palco como produto de entretenimento, como se a mesma não tivesse uma filosofia que fosse além da forma e do esteticismo. Clamo que a arte brasilis encarne seu verdadeiro papel na mesma plenitude de riqueza espalhada e espelhada na arte do mundo como a mesma força e graça do cubismo, da escultura, das grafias africanas e da arquitetura. E não mais expor as visceras como um animal a espera de ser abatido, frágil e docilizado. Afinal o corpo pensa e a dança é um território de reinvidição de direitos do estar e do ser vivo e politico conforme a Carta Magna. Alguns artistas e o público ainda acreditam no status dos editais, será que é uma fase ou continuaremos nesta encruzilhada?
    Paulo Fernandes

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  4. A discussão sobre a dependência da produção artística, neste caso “a dança”, é extremamente oportuna. Entendo que por questões de sobrevivência e falta de outras opções pensamos e produzimos cultura de acordo com as normas impostas por editais ou programadores.
    Vejo com preocupação uma outra questão que se apresenta atualmente. As Companhias, grupos e artistas iniciam uma criação de acordo com essas normas. A idéia ou o embrião do projeto artístico já nasce contaminado com as necessidades do mercado. Todo edital carrega sua política, seus critérios e principais focos. O Edital é a cara do “dono”. Criar uma obra a partir desses critérios é que mora o perigo. Quando nossa criação não é livre e colocamos a serviço de determinadas regras para asseguramos o pão nosso de cada dia, sinal que precisamos sentar e discutir muito...
    Solange, este blog chegou no momento certo. Parabéns !!!

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  5. A quem interessa o que eu faço é uma pergunta muito solitária, Solange, mas essa é uma pergunta feita por muitos. Muito obrigado por estar criando esse espaço que possibilita os encontros raros. Acho que, dessa forma, com o nascimento de grupos que reajam às imposturas políticas (que não são entidades, mas também outros grupos fortalecidos por um discurso global), a gente vai poder conseguir uma mudança nesse micro-cenário em que o homem-político, se diferencia do homem-econômico. Onde a gente pode falar de criatividade sendo levado à sério.

    Estamos juntos,

    W.

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